O mercado imobiliário nacional deverá continuar aquecido, segundo estudo
divulgado ontem pela Fitch Rating: “"Perspectivas 2012: Incorporadoras
Brasileiras - Bolha ou Mercado Sustentável", publicado hoje pela Fitch
Ratings.
A agência mantém a perspectiva “estável” devido a um conjunto de
fatores.
O primeiro, de ordem conjuntural, é a manutenção do mercado
interno aquecido, graças à disponibilidade de crédito imobiliário de longo
prazo, as mudanças demográficas, o aumento da renda familiar, baixas taxas de
desemprego e o ainda elevado déficit habitacional.
Uma característica
importante do mercado imobiliário é que não pode ser analisado como commodity –
isto é, com elevação ou queda de preços de maneira uniforme. O bom investimento
exige análise dos movimentos de expansão das grandes cidades e, também, - no
caso do interior - da identificação de município de crescimento dinâmico – uma
área do conhecimento que vem gerando trabalhos acadêmicos muito
interessantes.
Para a Fitch, haverá moderada desaceleração no
crescimento. De fato, nos últimos anos o mercado tornou-se bastante aquecido
para compensar a pasmaceira que vigorou até 2007. Após os saltos iniciais, tende
a se acomodar a taxas mais moderadas de crescimento.
Por outro lado, o
elevado volume de entregas previsto para os próximos 18 meses deverá melhorar o
fluxo de caixa das companhias analisadas.
Os fatores que indicam a não
ocorrência de bolha, segundo a Fitch, seriam: demanda ainda reprimida por
imóveis novos; baixa relação crédito imobiliário/PIB; índice “loan-to-value”
(relação entre hipoteca e valor do imóvel) baixo, quando comparado a outros
países que enfrentaram bolhas. Esse indicador é sinal de segurança nas
hipotecas.
Por esses fatores, em relação aos preços dos imóveis, a Fitch
“não espera queda acentuada (…) até 2013. Porém, na média acredita que os preços
devem começar a estabilizar”. Isto é, retornar a patamares mais
realistas.
A Fitch analisa correntemente 11 incorporadoras com ações em
bolsa. Em 2010, foram responsáveis por 172 mil unidades lançadas – 40% a mais do
que em 2011, e que ajuda a entender o desempenho da economia brasileira ante a
crise internacional.
Para 2011, a estimativa da empresa (já que os
números ainda não estão fechados) é de uma desaceleração de 20 a 30% dos
lançamentos.
Mas o desempenho individual de cada incorporadora dependerá
de um conjunto específico de fatores. Com a elevação dos preços de terrenos,
terão vantagens as incorporadoras que já dispõem de um estoque estratégico bem
posicionado.
Há casos de incorporadoras que precisarão redefinir seus
estoques, saindo de áreas saturadas para outras com potencial de crescimento. A
má administração dos estoques de terrenos – segundo a Fitch – foi um dos fatores
responsáveis por acréscimos de custos e perda de competitividade de algumas
empresas.
Entre as incorporadoras com rating da Fitch, duas - Trisul S.A.
e Cyrela Brazil Realty S.A – foram avaliadas com perspectiva negativa.(advivo-LuisNassif)
Nenhum comentário:
Postar um comentário